Durante um longo tempo, a política no Brasil (e em outras partes do mundo – não sejamos exclusivistas) se revezou entre promessas que não entravam no papel e projetos que não saiam dele. Eleições e inícios de governos foram períodos particularmente fecundos para esse tipo de coisa. Acredito que você lembra, por exemplo, do “Fome Zero”, do “Pacto Social” e de muitos outros exemplos que foram pouco longe.
Chega uma hora, contudo, em que a população cansa, e torna-se necessário oferecer algo mais. Vejo que essa hora se aproxima, e as mudanças começam a surgir.
Atingimos nos últimos anos um avanço possivelmente histórico. Ao invés de inventar projetos mirabolantes, que muito provavelmente não surtiriam efeito algum, inauguramos uma Nova Era. Agora, a política está sendo feita de outro jeito: basta escolher uma dúzia de projetos e ações já existentes – ou várias dúzias, dependendo da visibilidade que se procura – e agrupá-las debaixo de um nome novo. Os projetos e ações escolhidos devem existir a muito tempo e, de preferência, não trazer nenhuma inovação, porque inovação pode acabar atrasando o andamento. Se tudo já estivesse previsto no orçamento para ser implantado, independente dos malabarismos do governo, melhor ainda.
Só existe uma restrição: o nome escolhido deve ser bonito, ter uma boa sonoridade e conquistar os eleitores. Pode se chamar Programa de Aceleração do Crescimento, Territórios da Cidadania, ...
Propaganda ainda é a alma do negócio.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Uma Nova Forma de Fazer Política
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