"Dia e Noite", M.C. Escher

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Ócio criativo

O trabalho emburrece o homem. No plano das idéias, sou totalmente a favor da redução da jornada de trabalho. Vivamos o ócio criativo!

Mas, ainda não tenho posição sobre a proposta concreta de redução da jornada para três dias por semana, aqui e agora. Pra assumir posição quanto a ela, preciso ter base em estudos sobre os efeitos de políticas similares e em estudos prospectivos sobre os desta proposta de Pochmann. Alguém tem algum aí? Por ora, tudo o que ouvi sobre a proposta foi:

"Subdesenvolvimento não se improvisa, resulta de anos de meticulosa construção" (Nelson Rodrigues apud Rodrigo Mendes);

"Como diria um amigo economista que tenho, substitua 'jornada semanal de trabalho de três dias' por 'maconha', que o texto do Ponchmann passa a fazer mais sentido" (Thiago Maciel).


12/12/2007 - 09h54
Pochmann quer jornada de três dias de trabalho
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DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, defendeu a adoção de jornada semanal de trabalho de três dias com expediente de quatro horas. Disse ainda que o Brasil deveria preparar seus cidadãos para começar a trabalhar depois dos 25
anos de idade.

Para Pochmann, o aumento da expectativa de vida no Brasil --que hoje é de 72,3 anos-- justifica a entrada tardia no mercado de trabalho. "Não há razão técnica para alguém começar a trabalhar no país antes dos 25 anos de idade. Especialmente porque estamos para entrar na fase em que a expectativa de vida ultrapassará os cem anos."

Seu argumento para reduzir a jornada é o acúmulo de capital pelo sistema financeiro internacional, que ele chamou de "produtividade material". "Essa produtividade justifica a razão pela qual não há, do ponto de vista técnico, [motivo para] alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana."

A Constituição permite a livre negociação da jornada de trabalho, com limite máximo semanal de 44 horas. Na semana passada, centrais sindicais se reuniram com o presidente Lula para reivindicar redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução do salário.

"Pode ser estranho ouvir isso neste momento, ou talvez devessem ter sido mal compreendidos aqueles que, em 1850, justificavam o trabalho de oito horas por dia, começando a partir dos 15 anos, embora [naquela época] a indústria no mundo todo empregasse crianças de cinco, seis anos fazendo jornada de 16 horas diárias."

Pochmann, criticado recentemente por ter afastado quatro pesquisadores críticos em relação a políticas da gestão Lula, sugeriu a criação de um fundo "que permita aos pobres optar entre o trabalho e a escola". Para ele, a mudança no processo de formação colocaria o país em posição de vanguarda na preparação de pessoas capazes de pensar um projeto de desenvolvimento de longo prazo.

4 comentários:

Anônimo disse...

TAÍ.........VIVERÍAMOS NO AUGE DA VIDA/JUVENTUDE, OU SEJA, ATÉ OS 25 ANOS OU UM POUQUINHO MAIS.......E SÓ COMEÇARÍAMOS A TRABALHAR PERTO DOS 30 JÁ QUE VAMOS VIVER ATÉ OS 72 ANOS E UNS QUEBRADOS :)

FAZ SENTIDO NÃO FAZ? HEHE

Ferdinand Saraiva Maia disse...

A não ser que todos desenvolvam uma gastrite aos 18 anos, a vida de dissipação até os 25 anos, antes do início de trabalho, vai gerar custos pro sistema de saúde tão exorbitantes que a proposta já deixa de valer a pena... hehehehehehehehehehe

Ex-Pirro disse...

hehehe

O argumento de Hipócrata é o de que a liberdade faria mal ao homem. Isso me lembra O grande inquisidor, aquele conto inserido nos Irmãos Karamazovi. Seria preciso proteger as pessoas da liberdade... Essa idéia está latente em algumas filosofias políticas antidemocráticas.

A minha opção é diferente dessa: eu opto pela universalização da liberdade (Seja lá o que for isso... Vide o post de estréia deste blog: http://diariosnoturnos.blogspot.com/2007/08/quarto-crescente.html).

Isso vai motivar meu próximo post. A defesa da passagem da "necessidade" para a "liberdade".

Ferdinand Saraiva Maia disse...

Eeeeeiiiii! Também não falei em proteger ninguém da liberdade. Só disse que a liberdade tem preço (que não é unicamente a eterna vigilância) e que nem todo mundo deve pagar o preço pela liberdade de um indivíduo.